Era uma vez sete vacas magras
e sete vacas gordas
que viviam nas suas sete quintas,
tendo por donos sete príncipes
que de idade tinham sete setes
e por fazer o sete com sete princesas
e apesar do sete feito,
pintar sete vezes o sete,
foram obrigados por seus sete pais
(por estes terem adormecido as sete filhas),
a correr as sete partidas de sete mundos
para descobrir as sete chaves
que de cada, sete encantos escondidos tinham,
como sete mares tem a Terra
e como sete cores o arco-íris tem.
Mas por ter sete fôlegos
os sete amores de cada um,
cada príncipe subiu sete vezes
e desceu de lá sete outras,
como se fosse fácil subir ao sétimo céu.
Mas de cada vez, das sete vezes que lá subiram,
apesar de serem sete príncipes que se gabavam
de sete ofícios saber
e de sete instrumentos tocar,
incluindo a flauta de sete tubos de Pã
e a lira de sete cordas de Apolo,
só sete das setenta e sete flores
conseguiram os sete príncipes de sete ofícios e sete quintas
trazer das sete vezes que subiram ao sétimo céu.
Esses sete príncipes tinham sete destinos
e esses sete destinos eram sete sonhos de sete princesas
e os sete sonhos das sete princesas
eram de sete só um: receber sete rosas vermelhas.
Sexta-feira, 5 de Janeiro de 1996
S.A.C.