quinta-feira, 2 de abril de 2009

Do Mesmo Mar

Hoje sentei-me naquele pontão
de pernas cruzadas a olhar o passado
que batia no meu rosto em forma de sal.

Sentei-me e calei-me naquele pontão
a tentar fazer do meu aquele nosso silêncio
numa saudade que se desfaz como as ondas lá em baixo.

Hoje calei-me naquele pontão
a perguntar pelos teus dedos
à minha mão vazia,
a perguntar pelos teus medos
à tua lua, que lá no alto, aparecia.

Calei-me e chorei naquele pontão.
Chorei a vez em que te abracei.
Chorei os teus cabelos lisos, voando.
Chorei o teu corpo ao meu colo, naquele pontão.

E numa lágrima
revi o mar, vasto, imenso
no teu rosto de menina.

E senti-me num pontão
do mesmo mar,
na mesma solidão
a olhar a lua,
a pensar no nosso silêncio.


Quarta-feira, 22 de Setembro de 1999
SAC

Sem comentários:

Enviar um comentário