Marchamos
contentes ou tristes
marchamos
sentados no vazio da luta
marchamos
sempre e sempre
marchamos
sem saber para onde
se para a saudade ou para o arrependimento
não sabemos.
Mas marchamos
sempre parados
marchamos
sem rumo ou sentido
marchamos
sem saber porquê
se porque é demais ou já é de menos
não sabemos.
Mas marchamos
sempre ignorantes
marchamos
sem motivo nem vontade
marchamos
sem saber contra quem
se contra a indiferença ou contra a memória
não sabemos.
Somos indiferentes.
Sem saber.
Marchamos.
E se estiver a chover,
ficamos em casa.
Quinta-feira, 20 de Fevereiro de 2003
SAC
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