sábado, 3 de setembro de 2011

Dura Realidade


Estou de pé à espera de autocarro.
Com uma mão bebo a minha chávena,
com outra tiro roupa de um armário
e faço as malas para fora daqui.

Cheguei à conclusão que a chávena
era de louça e não se podia beber
e que o armário era imaginário
quando um autocarro me encheu as calças de água.

Enquanto os outros, desesperados,
gritavam, berravam, coitados,
eu sorri, conformado: não havia nada a fazer.

Quarta-feira, 6 de Novembro de 1996
SAC

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