terça-feira, 10 de março de 2009

Sete rosas


Era uma vez sete vacas magras

e sete vacas gordas

que viviam nas suas sete quintas,

tendo por donos sete príncipes

que de idade tinham sete setes

e por fazer o sete com sete princesas

e apesar do sete feito,

pintar sete vezes o sete,

foram obrigados por seus sete pais

(por estes terem adormecido as sete filhas),

a correr as sete partidas de sete mundos

para descobrir as sete chaves

que de cada, sete encantos escondidos tinham,

como sete mares tem a Terra

e como sete cores o arco-íris tem.

Mas por ter sete fôlegos

os sete amores de cada um,

cada príncipe subiu sete vezes

e desceu de lá sete outras,

como se fosse fácil subir ao sétimo céu.

Mas de cada vez, das sete vezes que lá subiram,

apesar de serem sete príncipes que se gabavam

de sete ofícios saber

e de sete instrumentos tocar,

incluindo a flauta de sete tubos de Pã

e a lira de sete cordas de Apolo,

só sete das setenta e sete flores

conseguiram os sete príncipes de sete ofícios e sete quintas

trazer das sete vezes que subiram ao sétimo céu.

Esses sete príncipes tinham sete destinos

e esses sete destinos eram sete sonhos de sete princesas

e os sete sonhos das sete princesas

eram de sete só um: receber sete rosas vermelhas.


Sexta-feira, 5 de Janeiro de 1996

S.A.C.

3 comentários:

  1. Sete vezes parabéns pelas publicações. Sete vezes obrigada por as partilhares. Sete vezes bem vindo a este mundo cibernético.

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  2. Bom.... depois de uma alteraçãozita no meu blogue (não consigo estar quieta), de uma vista de olhos pelo que tu andas a seguir, descubro que afinal são sete os blogues! Sete vezes sete "parabéns". É preciso ter coragem! Eu cá vou te seguindo ou perseguindo ;)

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  3. Obrigado.
    Vou fazendo por ir fazendo por não esquecer quem realmente sou.
    Também não consigo estar muito parado.
    Um abraço e vou-te seguindo, também.

    Na verdade, são dez blogues.

    Alguns são só uma construção estrutural para algo que há-de vir ou talvez venha a nascer, quem sabe.

    Uns vão alimentando os outros.

    O preciso é não parar e continuar a partilhar.

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