sábado, 9 de maio de 2009

Non Sense

Um dia vi uma pedra.

Era da calçada, mas lisa como uma maçaneta.

Estava à espera de autocarro.


No segundo dia peguei num lápis.

Era preto, mas escrevia como se fosse uma caneta.

Atirei-o ao chão e ele partiu-se.


No terceiro dia apanhei o tecto.

Tirei-lhe a coleira e dei-a ao meu senhorio careta.

Ele fugiu e o tecto caiu-me em cima.


Ao quarto dia segui uma formiga.

Até que ela voou e apercebi-me que era uma borboleta.

Nesse dia apanhei o comboio.


Ao quinto dia lavei as mãos

e soube que uma ovelha tinha caído numa sarjeta.

Nesse dia fiz pára-quedismo.


Ao sexto dia saí finalmente do comboio.

Tinha adormecido e o fiscal era um forreta.

Nesse dia morreste e deixei de te poder amar.


Ao sétimo dia apercebi-me

que não era eu, o único pateta

e que por vezes,


há coisas na vida que não fazem sentido.



Quinta-feira, 30 de Janeiro de 1997

SAC

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