Quando entraste naquela sala
perdeste o brilho e a luz
perdeste o sorriso e a força
perdeste-te e a mim também.
Quando te foste embora
perdeste a lucidez e o nada,
perdeste tudo e a razão,
perdeste a tua vez e a minha.
Quando rodaste a maçaneta
percebi que era o fim
e o princípio de um mim
e que não era de ti que tu gostavas.
Quando bateste com a porta
percebi que tinhas deixado entrar
a tristeza e a solidão,
a fraqueza e a negação,
para além do desespero,
para além da faca e do revólver,
para além de mim.
Sim, esse agoniante eu que voltei a ser.
Quando te foste embora
percebi que era o fim
para além do desespero,
para além da faca e do revólver,
para além desse eu agoniante que voltei a ser.
Quando te foste embora
percebi que era o fim
e que não era de ti que tu gostavas
nem de mim, nem de mim.
Quarta-feira, 24 de Outubro de 1996
SAC
SAC
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