Quando morrer quero ser embalsamado
e quero estar sentado no meu quarto
a ler um livro aberto...
e que o livro seja de poesia
e que a poesia seja minha
e que o poema seja este
e que este poema consiga ser poema
e que eu consiga ser embalsamado
para que todo este poema seja verdade.
E para que eu viva como se estivesse vivo
e para que eu ame como se estivesse morto,
deixem-me um prato ao lado
com uma sobremesa saborosa,
que tenha chocolate derretido
e um boneco de ovo embalsamado
e que seja uma mulher que me ame
quem me sirva a sobremesa
e que me olhe como nunca olhou
e que chore como nunca chorou
e que depois se vá embora
e me deixe sozinho como nunca deixou.
Segunda-feira, 14 de Outubro de 1997
SAC
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