sábado, 5 de junho de 2010

Talvez Imagines


Poeta!
Escreve-me um beijo
de que ela goste
porque eu gosto tanto dela.

Escreve-me o desejo
deitado ao mar.

Escreve-me o mar
deitado ao rio.

Escreve-me um relógio
sem ponteiros.
E um comboio
sem carris.

Escreve-me a morte
sem medo.
E a vida
sem alibis.

Escreve-me um precipício.
E escreve depois a minha queda
naquela boca tão feliz.

Escreve-me o Oceano
numa gota.
E talvez imagines este sentimento
dentro de mim.
E talvez imagines
a força que faço...

E agora peço-te:
escreve-me um lenço
porque a força que faço
é para não chorar.
P’ra não chorar
de tanto gostar.

Quinta-feira, 19 de Abril de 2001
S.A.C.

4 comentários:

  1. Sempre a cosmicidade do "To be or not to be?"...a filosofia da nossa existência efémera ou eterna.
    Enfim, querido Bruno, sempre uma oferta de passagem pelo Jardim do Paraíso.

    Posso reenviá-lo para uma ou + pessoas amigas?
    Um grande abraço de fimdesemana.

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  2. Conheço este poema de algum lado ;)
    Há dias trouxe de casa dos meus pais o pequeno "arquivo" que tenho dos teus poemas. Reli alguns deles e as respectivas dedicatórias... Enfim, os anos passam, mas as Palavras e as Memórias ficam. E a Amizade também!
    Bj grd

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  3. Cara Ester, podes reenviar os meus poemas (e este Talvez Imagines, em particular) para quem tu quiseres!

    Grande Abraço e Obrigado pelos atentos visita e comentários!

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  4. Cara Patrícia, és de certeza uma das pessoas que tem mais poemas meus arquivados!
    As Palavras, as Memórias e a Amizade prevalecem sobre os tempos, as aventuras e desventuras.

    Bjinhs grandes.

    Obrigado pela tua visita atenta e comentários!

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