sábado, 13 de fevereiro de 2010

Saco de Sol


Serão maviosas as tuas mãos que recordo.
Nessa esperança adormeço.
E dormente acrescento mais uma noite
às noites onde o meu coração dorme ao relento.

Serão ciosas as tuas mãos que relembro.
Nessa magia acredito. Só nessa magia.

Porque na bola de cristal
só vejo e revejo uma lanterna de Aladino
que não posso esfregar.
E em vez dos desejos por realizar
três crucifixos vazios vejo
onde nenhum mártir se ousou deitar.

Nenhum messias,
nenhum druida,
nenhum oráculo,
nenhum Natal te traria de volta
hoje, agora, de imediato, já...

E enquanto isso, por isso, antes disso,
durante, somente, até e por causa disso
levanto-me todas as manhãs
antes do nascer do sol.

Aqui em Lisboa
todos os dias são escuros.

Porque tenho o raiar do Sol
guardado num saco
para to dar.
Quando voltares.

Quinta-feira, 8 de Dezembro de 2005
Montijo

Sem comentários:

Enviar um comentário