Até na dormência perpétua
há beleza e há cor.
Falta-nos lucidez absoluta
para o vivermos com todo o esplendor.
As pessoas são como vizinhos urbanos
que se olham à janela de prédios altos
e que se confortam nessa proximidade.
Mas esquecem-se que na verdade
há um túnel por escavar
da minha janela para a tua.
(a distância ergue-se
como daqui para a Lua!)
A tarefa é árdua, dolorosa,
dura uma vida, a escavação.
Mas nascem flores
a cada pedaço de terra revolvido
embebidas no suor do nosso empenho.
E nesse túnel
há pessoas e há cores.
E nessas pessoas
há amor à espera de viver.
E nesse túnel
há saudades e há matizes.
E nessas lágrimas
há desejos que podem.
Podem transformar
A cor do mar de alguém.
Até as cinzas
podem ter cores.
Várias. Bonitas. Lindas. Vivas!
Domingo, 8 de Janeiro de 2006
Montijo
a água correu rápida pelos túneis invisíveis como os undergrounds de todos os bichos que caminhando debaixo da terra realizam as fronteiras labirínticas de oxigénio para todos nós; nós todos, os melhores e os piores, sem eira-nem beira. Sem perguntas e sem respostas.
ResponderEliminarEntre nós e aqui tb esqueçamos o mt obrigada.
A água corre veloz e não se compadece. Será sp melhor agir. eSter
Leva-me num barco.
ResponderEliminarE espreita no blog "Videia" uma música em que me inspirei: Tunnels - Arcade Fire
http://videia.blogspot.com/2010/03/tunnels-arcade-fire.html