Está bandeira vermelha no meu coração.
Agitam-se as águas de maneira diversa,
embrulha-se o mar ao contrário, sem espuma
e estranho todo o mundo que me cerca, absurdo.
A tua ausência...
Não tenho mais nada a dizer sobre a tua ausência.
Apenas grandes silêncios me derrubam
qualquer palavra é vã
e não te traz de volta.
Tudo me parece definitivo,
aqui sozinho.
E quando há uma pausa silenciosa
entre os silêncios que me guardam
olho aquela praia distante onde fui feliz.
E só vejo nela uma bandeira vermelha
esvoaçando ao forte vento que nada traz,
reinando sobre a areia rude que nada diz,
esperando uma palavra, um gesto, um beijo, um navio
que tranquilize este mar triste, vazio, revolto...
Sábado, 5 de Novembro de 2005
Montijo
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