sexta-feira, 30 de julho de 2010

Ana


Sem me aperceber, se calhar
é de ti que sinto falta,
é dos teus lábios que o meu rosto precisa,
é por teus cabelos que as minhas mãos sofrem,
é por teu que o meu coração se repete.

Sem me aperceber, se calhar
é o primeiro beijo que anseio nos outros,
é a primeira carícia que sinto quando me afagam,
são os teus olhos que procuro
naqueles que nem reparam em mim.

Se calhar, sem me aperceber,
é de ti que sinto falta,
é dentro do teu coração que bate o meu,
é dentro do teu corpo a amnésia permanente
de todas as minhas feridas e pseudo-felicidades,
de todas as minhas lágrimas,
de todos os meus erros e minhas ingenuidades.

Terça-feira, 28 de Janeiro de 1997
SAC

2 comentários:

  1. No passado Domingo vi um programa, talvez na TV2 que versava sobre a mitografia do coração. Um espectáculo para os que têm nas veias o sangue que o tal coração mitológico bombeia. O que a ciência fala sobre o todo que nós insistimos sobre tudo do Amor no coração é inebriante ao ponto de eles próprios falarem já:- da memória do coração através do cérebro. Aquilo que eles clamam como centracionário de todo o nosso Comportamento. Uma maravilha. Como os teus poemas e Parabéns pela obtenção do teu lugar. 4 é um nºbom cá para mim. Os 4 cantos do mundo + os meus filhos. 1 em cada canto.

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  2. "Roubei-te" o divinal dueto sobre a chamada do INEM...do Ricardo Araújo Pereira.
    Como sabes os meus últimos tempos do ano passado foram passados com situações de desespero com chamadas como estas.
    Um dia tb nos foram perguntando pela respiração do paciente, quase como que à espera de dizermos:
    já não respira.
    Já me tinha acontecido com uma gata tua amiga.
    Mas com humanos é bem diferente! Caramba! Sabes porque é que eles desapareceram? Porque eram BONS, pois claro.

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